Por Alexandre Soares*
Foto: Juliana Aleixo
O Instituto
Universidade Popular (UNIPOP), por meio da Agência de Notícias Jovens
Comunicadores da Amazônia (JCA), em parceria com Coletivo Tela Firme, Coletivo
de Juventude Negra do CEDENPA, FASE Amazônia, Conexão de Saberes, Frente
Parlamentar das Juventudes, apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos e Ação
para Mundo Solidário e outras organizações, realizarão uma Audiência Pública que tratará do tema: EXTERMÍNIO DAS JUVENTUDES NEGRA,
que ocorrerá no dia 19 de Setembro de 2017, às 18 horas, na quadra da Paróquia São Domingos de
Gusmão, localizada na Av. Celso Malcher, com Rua São Domingos, Bairro da
Terra Firme.
O objetivo da Audiência
é provocar a sociedade civil e chamar a atenção do poder público sobre as
formas de Extermínio da Juventudes Negras. Assim, mostrando quem são esses
jovens, negros, que a todo momento são vitimados na periferia, pelo o estado, e
também, dar voz a sociedade civil, sendo uma Audiência que vai na contra mão
das que são realizadas no Parlamento. Conscientizando a comunidade, em especial
a da Terra Firme, sobre essas ocorrentes mortes e discursos retóricos que são
impostos e reproduzidos na periferia.
Nos últimos
anos temos acompanhado o crescimento da violência urbana, um
crescimento marcado pelo racismo e desigualdade social. Segundo o Atlas da
Violência de 2017, a cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. Os
negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a
brasileiros de outras raças, elementos que corroboram com extermínio de jovens,
sobretudo negros, do sexo masculino e moradores de áreas periféricas, vítimas
de uma violência praticada pelo estado e poder paralelo, por meio da
criminalidade e de milícias.
Além do mais, um
retrato dessa violência são as chacinas que ocorrem provocadas após assassinato
de policiais, elemento que também tem preocupado a sociedade civil, visto que
estamos falando de vidas interrompidas. A chacina de Belém, registrada nos dias
04 e 05 de novembro de 2014, em vários bairros da cidade, entre eles a Terra
Firme, na qual 11 pessoas foram executadas, expos a fragilidade do estado
frente ao seu aparato de segurança e políticas públicas que enfrentem o
problema da violência em nossa cidade.
É de fundamental
importância garantir o direito a vida das juventudes na periferia, em especial
dos jovens negros que tem sido alvo constante neste cenário de violência e
morte em nosso estado. Ainda, de acordo com o Atlas da Violência de 2017, o
Brasil registrou, em 2015, 59.080 homicídios. Isso significa 28,9 mortes a cada
100 mil habitantes, mais de 318 mil jovens foram assassinados no Brasil entre
2005 e 2015. Apenas em 2015, foram 31.264 homicídios de pessoas com idade entre
15 e 29 anos, uma redução de 3,3% na taxa em relação a 2014. Os homens jovens
continuam sendo as principais vítimas: mais de 92% dos homicídios acometem essa
parcela da população.
Portanto, este será um momento
voltado para discutir com a sociedade e poder público um problema bastante
presente e crescente em nossa capital.
*Estudante de jornalismo, jovem articulador da Agência JCA.