Grande coleta de Emaús | reprodução facebook
Por Alexandre Soares *
Paloma Melissa **
O Tela Firme é um coletivo que inicia seu trabalho no ano de 2014, com
a iniciativa da necessidade que os componentes têm em mudar a forma como o
lugar é visto e mencionado nos grandes veículos de comunicação de massa, que em
sua maioria, através das matérias divulgadas, criminalizam o bairro e seus
moradores, o que acaba criando estereótipos de um espaço violento.
Segundo a membro Tela Firme, Ingrid Louzeiro, a princípio era
um canal comunitário na internet que passava informação para visibilizar o bairro da terra firme
“Nosso primeiro objetivo foi transformar aquele pensamento que ‘só mora
bandido, ladrão e tal’. Daí resolvemos mostrar que a situação não é assim, que
na terra firme existem várias pessoas trabalhadoras, estudantes e muita
cultura, ou seja, desmitificar esse pensamento. E transformamos um projeto audiovisual em um
coletivo de mídia”, conta Ingrid.
Por
meio de produção audiovisual, o coletivo Tela Firme veicula seu material através
das redes sociais (YouTube e Facebook), com o intuito de mostrar o que há de
bom, os valores da periferia e está em sintonia com os diversos movimentos
sociais que atuam na defesa da vida e dos direitos humanos.
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Outra
ação são as parcerias que o coletivo tem com os movimentos sociais, como a
UNIPOP (Instituto Universidade Popular), a Escola de Conselhos da Universidade
Federal do Pará, UNICEF e articulações com várias instituições do bairro da
Terra Firme.
Com
essas parcerias o Tela Firme consegue apoio para suas produções, como resultado
prático a produção do vídeo sobre o Grito dos Excluídos em 2014, a cobertura do
ato público contra o tráfico humano organizado pela Comissão Justiça e Paz da
CNBB Norte 2 em julho de 2014, e um mini documentário intitulado “Poderia Ter
Sido Você”, que abordou o extermínio de jovens retratando quatro chacinas
ocorridas entre os anos 1994 e 2014 na região metropolitana de Belém.
De
acordo com Francisco Batista, membro e fundador do Tela Firme, o vídeo “Poderia
Ter Sido Você” foi o posicionamento do jovens do coletivo contra as ocorrentes
chacinas cometidas. “Pensamos nesse material, no vídeo,
justamente para nos posicionar com relação à chacina de 2014. Fizemos o vídeo e
resolvemos não expor as pessoas, familiares das vítimas, mas sim, nos colocar
na condição de vítima e pegamos desde a chacina do Tapanã até a de 2014”, relata
Francisco.
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Em
2015 o Tela Firme ganhou a comenda “Paulo Frota” de Direitos Humanos da
Assembleia Legislativa do Pará pela atuação na defesa dos direitos humanos em
especial com a produção do mini documentário “Poderia Ter Sido Você”.
* Articulador jovem da agência de
notícias e estudante de jornalismo.
** Articuladora jovem da agência de
notícias, estudante de Serviço Social e voluntária do Movimento Republica de
Emaús.