terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Em rede, com e pelas mulheres negras

Por Marinéia Ferreira*

Foto: Divulgação/facebook

A Rede de Mulheres Negras foi criada o dia 23 de setembro de 2015, após um seminário de ,ulheres negras ocorrido na Universidade Federal do Pará (UFPA), a partir do evento, uma das fundadoras da rede, Samily Maria, ficou com a responsabilidade de convocar varias mulheres para participarem da Marcha das Mulheres Negras que foi sediada em Brasília. Na volta para a capital paraense as idealizadoras da rede decidiram agregar as mulheres pós-marcha e, a partir deste momento, elas construíram o I Seminário de Mulheres Negras da UFPA, ainda em 2015. Entretanto, houve a necessidade de organiza-las para discutir sobre as suas especificidades e problemas em comum, diante disso surgiu a mesma.

A rede é um uma forma de fortalecer a luta feminista antirracista e, contribuir para o empoderamento das integrantes afirmando positivamente a construção de sua identidade afro-amazônica, assim como o combate das diferentes opressões que atravessam a realidade das mulheres negras. 

Foto: Divulgação/facebook

Seus objetivos centrais são:

O protagonismo e fortalecimento de mulheres negras; resgatar a história não-oficial a partir de produções de autoras e autores negras e negros; afirmar positivamente a negritude através da valorização estética, moral e psicológica; fazer o recorte interseccional das violências e especificidades, embasado no pensamento do feminismo negro, afirmar mulheres negras enquanto sujeitas de direitos e inseri-las nos debates políticos por meio do movimento negro.

Considerando as particularidades historicas dos países latino-americanos, em especial o Brasil que possui muitas dividas para com a população negra, a rede tem como meta fazer frente ao racismo estrutural que move as relações econômicas, políticas, sociais e afetivas, capazes de estabelecer hierarquias intragêneros.

Ações que desenvolve:

O grupo tem realizado trabalhos de formação e acolhimento para mulheres que buscam a rede. Suas ações vão desde palestras em escolas, universidades, presídio feminino e espaços comunitários abordando os mais diversos assuntos que tangem a sociedade sobre feminismo, preconceito racial, violências contra a mulher, orientações sexuais e identidade de gênero, bem como, abordando temas sobre a criminalização do genocídio da juventude negra brasileira. 


Foto: Oficina de Abayomi na Praça do Orto, em Belém. 

A rede trabalhou na construção da I Marcha das Mulheres Negras de Belém, em julho de 2016, momento de extrema importância para fortalecimento das mulheres negras de Belém. Além de facilitar oficinas de turbante, abayomi (boneca/o preta/a de pano), stêncil/grafitagem, fanzine, contação de histórias negras, rodas de conversa, cines-debate e sobretudo contribuindo para protagonismo de cyberativismo de algumas participantes do grupo.

Foto: Jean Brito

Suas atividades vem sendo desenvolvidas na Região Metropolitana de Belém, com mulheres negras de faixas etárias e condições socieconômicas diferentes.


* Articuladora Jovem da Agência de Notícias JCA e integrante da Rede de Mulheres Negras.