quinta-feira, 14 de março de 2019

Um ano do assassinato de Marielle Franco






Na noite do dia 14 de março de 2018 a vereadora do Rio de Janeiro e defensora dos direitos humanos Marielle Franco foi brutalmente assassinada junto ao seu motorista Anderson Gomes, no bairro do Estácio, região central do Rio de Janeiro.Marielle Franco, carioca nascida e criada na favela da Maré no Rio de Janeiro, tinha 38 anos, atuava há mais de dez anos defendendo os direitos humanos de mulheres e jovens negros, de moradores de favelas do Rio, de pessoas LGBTI. E também, denunciava as execuções extrajudiciais e outras violações de direitos cometidas por policiais e agentes do estado. Foi à quinta vereadora mais votada nas eleições municipais de 2016, iniciando seu primeiro mandato em janeiro de 2017. Era a relatora da Comissão Representativa da Câmara de Vereadores, criada para monitorar a intervenção federal na segurança pública do RJ decretada em 16 de fevereiro de 2018. Até a segunda semana de novembro de 2018, o caso não foi solucionado.

FEMINICÍDIO NO BRASIL

Segundo o Atlas da Violência de 2018, em 2016, 4.645 mulheres foram assassinadas no país, o que representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras. Em dez anos, observa-se um aumento de 6,4% considerando-se os dados de 2016, a taxa de homicídios é maior entre as mulheres negras (5,3) que entre as não negras (3,1) – a diferença é de 71%. Em relação aos dez anos da série, a taxa de homicídios para cada 100 mil mulheres negras aumentou 15,4%, enquanto que entre as não negras houve queda de 8%. Em vinte estados, a taxa de homicídios de mulheres negras cresceu no período compreendido entre 2006 e 2016, sendo que em doze deles o aumento foi maior que 50%. OPará tem a segunda maior alta taxa de homicídios de mulheres negras (8,3), com uma taxa para mulheres não negras também alta (6,6). É especificamente o homicídio de mulheres negras que coloca os estados de Goiás e Pará no topo do ranking. Mas estes estados não compõem o ranking de homicídios contra mulheres brancas.


PARA MAIS INFORMAÇÕES ACESSE: Atlas da Violência de 2018 e Labirinto do caso Marielle (Anistia Internacional Brasil):https://anistia.org.br/wp-content/uploads/2018/11/labirinto-caso-marielle.pdf